A Maratona: A importância dos bons exemplos
- Nei Paulino
- 10 de fev. de 2017
- 3 min de leitura

A corrida de São Silvestre é uma tradição em nosso país. As maratonas são corridas que acontecem há muito tempo e por toda parte do mundo. O percurso oficial é de 42 km. Parece ser uma longa distância, mas quando comparada ao tempo que marca a lenda de sua origem, este número torna-se bem modesto. São mais de 2500 anos de tradição.
A lenda diz que um soldado ateniense chamado Filípedes correu para anunciar a vitória do exercito grego contra os persas. A distância que separava o campo de batalha de Maratona (campo que deu nome à modalidade esportiva) até a cidade de Atenas, era cerca de 40 km. O percurso pedregoso era muito arriscado para os cavalos, e por esta razão, somente um homem conseguiria percorrer o caminho em um curto espaço de tempo.
Ao perderem a batalha, os persas recuaram para seus navios e fugiram em direção à Atenas. O exercito grego sabia que a cidade era um alvo fácil se fosse surpreendida sem o aviso de um ataque iminente e então enviaram o melhor corredor.
Filípedes teve que correr no máximo de suas forças para avisar sobre a vitória na batalha, e após anunciar, caiu morto devido ao grande esforço. Seu nome ficou associado à determinação e esforço extremos para alcançar um objetivo. Desde então, foi lembrado como um grande herói, o homem que usou toda sua energia para alcançar seu objetivo e cumprir sua missão. Apesar de sua morte, seu esforço foi recompensado pela vida das mulheres e crianças que foram salvas e pela cidade que ficou livre da destruição.
“Os heróis nos lembram quão longe podemos chegar”. A frase de Platão alerta para a importância dos bons exemplos na vida das pessoas. As maratonas só existem por causa dos melhores atletas do mundo, mas mesmo assim, acontece um fenômeno muito interessante: Pessoas comuns se interessam pela corrida, começam com pequenas distâncias, até se convencerem que talvez, talvez pudessem correr uma maratona inteira, como os melhores corredores da história fizeram.
É claro que existem os atletas “profissionais” e os “amadores”. Correr para competir com um atleta profissional também vai exigir um treinamento à altura. Porém, se a intensão do atleta amador é desafiar continuamente seus próprios limites se inspirando nos melhores do mundo, ele se surpreenderá com os limites que poderá romper.
Alguém que começa correr 2 ou 3 km, e aumenta gradualmente até a distância de uma maratona, tem como satisfação, cruzar a linha de chegada. Cada um no seu próprio tempo. Esta recompensa é suficiente para milhares e milhares de corredores comuns, que participam todos os anos desses eventos.
A inspiração que um maratonista desperta em corredores comuns é semelhante à inspiração que qualquer modelo ideal desperta em nós. As “Teoria das Ideias de Platão” e o conceito de “Arquétipos de Jung” se referem à mesma coisa: Apontam para modelos mentais que influenciam as pessoas de forma positiva ou negativa, promovendo alegria, crescimento e determinação, ou então tristeza, estagnação e falta de ânimo.
A explicação para este fenômeno é que a mente trabalha com analogias. Quando existe uma representação mental ideal de uma pessoa, objeto, situação, comportamento, etc., esta ideia vai atrair, inspirar, estimular e motivar a pessoa a parecer cada vez mais com esta ideia. A identificação é um mecanismo natural da mente humana. Portanto, é muito importante interiorizar os modelos que vão nos influenciar de forma positiva. Se forem modelos de fracasso, tristeza, baixa autoestima, desonestidade, desrespeito, etc., o estímulo fará a pessoa cada vez mais parecida com aquele modelo.
Os nossos limites podem e devem ser desafiados contínua e gradualmente. Semelhante ao que acontece com um corredor comum podemos também nos surpreender com os resultados alcançados em nossas vidas. Ele começa de forma modesta sua relação com a corrida e vai aumentando aos poucos estas distâncias até o ponto de cruzar a linha de chegada em uma maratona, criada para os maiores corredores da história.
Com tantos recursos para serem usados no processo de organização interna, falta apenas uma disposição para provocar esta mudança, que vai refletir como harmonia, serenidade, clareza mental, equilíbrio emocional, capacidade para criar objetivos e metas e inspiração para nos impelir à realização. O conhecimento que existe é suficiente para transformar a vida das pessoas. Basta colocá-los em prática.
Nei Paulino
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