A caixa de Pandora: Inconsciente, Projeção, Esperança e Vontade.
- Nei Paulino
- 24 de jan. de 2017
- 3 min de leitura
A caixa de Pandora é um mito de um poeta grego chamado Hesídio. Zeus, chefe dos deuses do Olimpo, ordenou que Hefesto criasse a 1ª mulher: Pandora. A ordem era uma forma de vingança contra Prometeu, que havia desobedecido a vontade soberana de Zeus quando entregou o Fogo Sagrado para os homens.
Antes de enviar Pandora à Terra, Zeus entregou-lhe uma caixa e recomendou que jamais fosse aberta. Dentro, estavam todas os males da humanidade, como discórdia, fome, ganância, guerras e todas as doenças físicas e mentais. Como era de se esperar, Pandora abriu a caixa e libertou todos os males no mundo, restando apenas a esperança.
A riqueza dos mitos é extraordinária. Os símbolos contidos neles são a matéria prima ideal para construções e representações mentais. E acredite, isso tem muita importância. Ao longo do desenvolvimento deste Projeto, os conceitos serão apresentados com mais detalhes. Continuemos com o que é apropriado para este momento.
O exercício mental mais indicado para promover a organização e harmonia mental é a ASSOCIAÇÃO ENTRE IMAGENS E CONCEITOS. A caixa de Pandora é uma analogia e representa o inconsciente.
A mente pode ser entendida de uma forma simples: Consciente e inconsciente: O inconsciente se refere as "lembranças emocionais esquecidas" e embora este lugar seja confuso, tem suas regras. A projeção mostra a tendência de nossa mente em revelar que existe uma desordem interna que precisa ser trabalhada.
Como as pessoas não tem acesso à parte sombria das suas mentes (Inconsciente), um mecanismo automatizado se encarrega de projetar aquele "mal" para a realidade, para o mundo externo. Dessa forma, o material contido no inconsciente se revela no cotidiano e na vida das pessoas.
O que parece ser uma história trágica é na realidade uma forma brilhante de explicar o mecanismo de Projeção. A atitude de Pandora em não suportar e abrir a caixa refere-se à impossibilidade do ser humano ficar por muito tempo com questões internas mal resolvidas. Mais cedo ou mais tarde elas terão que ser trabalhadas. Portanto, as adversidades e sofrimentos da vida são projeções de nossos conflitos internos esperando para serem percebidos e elaborados.
Compreendendo os problemas e desafios da vida como projeções de conflitos internos, estaremos prontos para conhecer suas verdadeiras causas e trabalhá-las. Todo efeito cessa quando trabalha-se em sua causa. É uma lógica incontestável.
A esperança continuou na caixa, isto é, no inconsciente. Este ponto merece muita atenção. A esperança não foi projetada, e portanto, não pode ser vista ou percebida. O problema da esperança é que ela se manifesta como uma tendência humana de esperar que coisas boas aconteçam sem uma atuação consciente que provoque as mudanças. A lição que deve ser entendida é que deve-se pensar muito sobre os processos mentais. Seria loucura esperar que uma semente desse fruto alguns dias depois de ser plantada. Algumas espécies de árvores frutíferas demoram anos para produzir. Contudo, é muito comum as pessoas quererem um aumento, uma promoção em suas carreiras, um emprego melhor, melhorar suas finanças, etc. sem fazer o trabalho interno que deve ser realizado.
A atitude de querer que as coisas aconteçam só porque queremos revela uma atitude infantil e ingênua. Conhecer a relação entre o tempo e os processos da mente é indispensável para se crescer como ser humano.
Por fim, o Fogo representa um atributo sagrado. Este elemento está associado à luz, que ilumina a escuridão. Luz é consciência e esta analogia representa o poder que o homem possui para, através da "luz da consciência", iluminar os conflitos internos. Ao tomar consciência do conflito, poderá partir para a próxima etapa do trabalho: harmonizar razão e emoção.
A Vontade do homem surge quando ele se conscientiza de suas projeções e procura resolvê-las da melhor maneira possível. O caminho do crescimento tem obstáculos naturais no percurso e devem ser superados. A vontade é o impulso interno que faz o homem avançar determinado rumo ao seu objetivo. É como fogo ardendo sem parar.
Nei Paulino
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